Os Kobayakawa tiveram uma origem sangrenta, saindo da barriga aberta de um clã menor, os Koi.
Os Koi eram um clã de samurais que tinham como território a ilha de Sato. Os Koi eram um clã rico, pois Sato é rico em minérios e têxteis. Para defender toda essa riqueza, os Koi possuíam uma marinha formidável e eram implacáveis com seus súditos, muitos dos quais eram descontentes, pois viam os Koi como usurpadores de seus antigos senhores, clãs menores que também tinham terras em Sato, mas que os Koi conseguiram anexar pelo dinheiro, pela força ou pela astúcia.
Os Koi eram um clã belicoso e cruel, odiado pelos outros clãs menores e visto como um mal necessário pelo imperador e pelos clãs maiores. Os Koi sempre foram cruéis com os camponeses, principalmente pelo fato de que não há muitas terras cultiváveis nas ilhas, sendo estas usadas para a produção de têxteis, e não alimentos. Dessa forma, os camponeses precisavam servir em trabalhos bem mais taxativos e perigosos, sem nenhuma satisfação adicional. Graças a este maus tratos com os camponeses, haviam muitas revoltas, mas os Koi eram rápidos em reprimi-las eficientemente. Ao longo dos anos, os Koi cresceram em território e ambição.
O senhor do pequeno clã, Koi Arimafusu se empolgou com um acordo comercial que havia acabado de fechar com os clãs Date, Sasori e Kora o que deixou seu clã com o monopólio comercial de todos os mares a oeste e sul de Ryuu Tazai de um dia para a noite, esmagando comercialmente outros pequenos clãs de ilhéus. Arimafusu começou a exigir o dobro e o triplo do esforço dos camponeses, que se viram sobrecarregados de serviços e não visualizavam a prosperidade que traziam.
Uma revolta estava se formando, mas desta vez, os Koi seriam esmagados por ela.
Voltando no tempo, 35 anos antes da rebelião que dizimaria os Koi, Higoi Hiragi, um capitão aventureiro dos Kora se apaixona perdidamente por Hisokana Amako, uma bela e esperta samurai do clã Sasori, que quase que imediatamente correspondeu ardentemente ao amor de Hiragi. Porém, Amako estava prometida a outro, um afetado samurai do clã Kyodo que preferia mais a companhia de seus amigos do que a dela. Hiragi e Amako resolveram fugir e se tornar ronins (samurais sem senhores) para poder viver seu amor. Hiragi e Amako foram duramente perseguidos por ambos os clãs, mas a esperteza e habilidade dos dois conseguiram fazer com que eles conseguissem se esconder numa ilha afastada, onde viveram um longo período juntos e em paz.
Neste período, o casal apaixonado tiveram oito filhos, 5 homens e 3 mulheres. Dentre eles um jovem forte e habilidoso que viria a se chamar Kobayakawa.
Porém, a paz não foi duradoura, Hiragi e Amako teriam dado muito prejuízo, tanto monetário quanto em vidas para seus clãs de origem e era uma questão de honra capturá-los, vivos ou mortos.
O casal passou a predar em navios mercantes de seus antigos clãs para sobreviver. Quando os dois clãs descobriram que estes novos piratas eram os antigos ronins que caçavam, a caçada voltou com força total. Mas Hiragi, Amako e seus filhos eram habilidosos demais para serem capturados, e viviam fugindo com sucesso das armadilhas e emboscadas montadas pelos seus perseguidores.
Hiragi, Amako e filhos passaram e serem conhecidos como Umihebitai – Bando da Serpente Marinha, conhecidos por serem impossíveis de capturar e abordar navios mercantes com o mínimo de violência possível.
O Umihebitai atacava apenas esporadicamente, pois o objetivo deles não era enriquecer, e sim darem uma vida decente para sua família. No período em que o bando estava em seu pináculo, os dois irmãos mais velhos, Sasake e Kobayakawa se mostraram tão habilidosos e inteligentes quanto os pais, se não mais. Graças a isso, Hiragi e Amako concordaram em se aposentar e dar a liderança para seus dois filhos mais velhos. A honra da liderança deixou Kobayakawa muito feliz e realizado, já Sasake era mais ambicioso, e se viu descontente em compartilhar a liderança do bando com qualquer um, mesmo seu irmão.
A liderança dividida – uma “tradição” do Umihebitai – não era o único problema que Sasake via. Para ele, o bando tinha potencial de ser muito mais rico do que era, mas este potencial era perdido com a política de abordar navios e colher riquezas apenas esporadicamente, o que era o bastante para quem quisesse uma vidinha regular, mas Sasake queria mais, queria ser poderoso e temido.
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Budokas |
Sasake não ia conseguir isso no Umihebitai, ele via isso. Seus irmãos todos concordavam em manter a tradição da família, e eram contra suas ideias de liderança apenas dele e de riquezas maiores. Sasake estava infeliz, e suas reclamações foram ouvidas pelos inimigos de sua família.
Os Kora acabaram por descobrir do descontentamento de Sasake e junto com os Sasori realizaram um plano de tentar comprar a lealdade dele. Sasake odeia os Kora e os Sasori, Por isso ele vieram com a ideia de trabalhar em conjunto com o clã Koi para eliminar de uma vez por todas os fugitivos.
Koi Arimafusu então começou uma longa negociação secreta com Sasake, que acabou deixando sua consciência de lado e em troca de se tornar vassalo dos Koi e ter terras e navios próprios, aceitou em trair sua família.
Foi dado a Sasake o comando de forças Koi para que ele fizesse seu trabalho, Sasake conseguiu cercar seus pais, oferecendo a eles a rendição e promessas de uma vida tranquila nas terras Koi. Hiragi e Amako não aceitaram e Sasake se viu forçado a matá-los, tomando cuidado em plantar falsas evidências culpando os Kora e Sasori.
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Budoka Kobayakawa |
Ao saberem do ataque, Kobayakawa e seus irmãos foram até os pais, apenas para encontrá-los mortos. As falsas evidências não convenceram o jovem Kobayakawa, no entanto, pois ele conhecia muito bem os métodos tanto dos Kora e Sasori quanto dos Koi e logo notou que foi obra dos Koi juntamente com alguém que compartilhava da secreta localização dos pais.
Quando seu irmão o contatou pedindo para se encontrarem numa traiçoeira ilha, Kobayakawa suspeitou o pior. Para se prevenir, combinou com os irmãos uma ação contra qualquer possível emboscada, pois achava que Sasake estava sendo coagido pelo inimigo a levá-los para uma armadilha.
A verdade foi ainda pior, pois Sasake não estava sendo coagido e havia traído e matados os próprios pais, Sasake ofereceu as mesmas falsas promessas que fez aos pais para Kobayakawa, mas ele recusou. Sasake então acionou a armadilha cercando Kobayakawa e seus homens, prontos para abatê-los. Foi quando Kobayakawa sinalizou para seus irmão agirem. E em poucos momentos a batalha estava a favor de Kobayakawa. Sasake morreu na batalha com uma flecha atravessada no pescoço.
A partir daí Kobayakawa e seus seis irmão sobreviventes preparam um plano para se vingar de Koi Arimafusu, só era preciso um momento certo para atacar seu odiado inimigo.
Então a rebelião budoka (de camponeses guerreiros) estourou em Sato.
Sato é uma ilha grande, antes apenas a parte sul da ilha era dos Koi. Outros 2 clãs menores compartilhavam ela, um a um eles foram anexados aos Koi. O último dos clãs que restavam, eram os Kamakiri que eram basicamente uma família de samurais dedicados a proteger uma ordem monástica na ilha, conhecidos como Plácida Palavra, ou Pango. Os Koi os absorveram por conta de dívidas que os Kamakiri não podiam pagar.
A ordem Pango passou a ensinar os abusados camponeses a se defenderem, em resposta ao que eles viam como excesso de força e violência desnecessária realizada pelos samurai Koi. O treinamento era disfarçado como exercícios inofensivos com ferramentas agrícolas. Os Koi viam isso com bons olhos, pois tendo os camponeses ocupados com aquilo depois do trabalho era importante para manter suas mentes afastadas de pensamentos revoltosos.
Cedo o número de budokas e monges guerreiros cresceu no antigo território dos Kamakiri, quando a rebelião camponesa mais poderosa que já houve estourou na província.
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Soheis auxiliados por samurais Shiaki e Katagiri contra os Koi. |
Os Koi perderam a província, mas já estavam se organizando para retaliar, quando os Kobayakawa atacaram.
Os Koi tinham a intenção de cercar por mar a província de Yamachi - que é a pequena península que totalizava o território dos Kamakiri - e fazê-los se render a pressão e aos avanços de múltiplos pontos, quando uma frota de navios interrompeu o bloqueio. Eram os navios dos Umihebitai juntamente com uma coalizão de navios pesqueiros de budokas, mercenários, piratas, oportunistas e alguns navios de clãs menores que se sentiam ameaçados pelos Koi. Ao mesmo tempo, revoltas eram levantadas pelos membros das famílias derrotadas por todo o território dos Koi. Tudo isso catalisado por Kobayakawa e seu carisma sobrenatural.
Kobayakawa liderou a improvável coalizão de forma apaixonada e contagiante.
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Budokas atiradores Kobayakawa |
Inflamados pelas ações e palavras do ronin, os camponeses, monges e aliados lutavam com uma paixão ardente nunca vista antes em nenhum lugar de Ryuu Tazai. Logo os Koi se viram lutando pelas suas vidas por todos os lados e pouco a pouco perdendo terreno para os camponeses e suas lideranças.
Finalmente Kobayakawa invadiu o palácio dos Koi, última resistência de Koi Arimafusu e, numa memorável batalha, o derrota e põe fim em toda sua linhagem. Assim os Koi terminam.
Uma coalizão imperial, liderada pelos Kora e Sasori são enviadas para acabar com a rebelião, mas isso é tarde demais, no lugar eles são enfrentados por Kobayakawa no campo de batalha que o ronin melhor conhece, os mares.
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Kobayakawa inspirando os camponeses a revolta. |
A coalizão imperial sofre uma derrota humilhante.
Após outras tentativas fracassadas de punir os revoltosos, e após dois anos no perigoso impasse, o imperador Teikami Mikokawa é pressionado iniciar as negociações com Kobayakawa, que já está estabelecido como líder de Sato e tem como aliados os descendentes dos clãs menores Kamakiri e Shiaki, absorvidos pelos Koi e agora jurados para Kobayakawa.
Mikokawa concorda em fazer de Sato um território livre sob liderança dos descendentes de Kobayakawa, faz com que Kobayakawa seja uma família própria e lhe dá status de clã menor, com uma condição: Que o próprio Kobayakawa cometa seppuku (suicídio ritual) pelo crime de ter traído a paz imperial e o imperador. Kobayakawa após conseguir a garantia do imperador, cumpre sem titubear seu lado da barganha.
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budokas e soheis Kobayakawa triunfantes em Sato |
Desde então os Kobayakawa existem, apesar do status de clã menor eles adquiriram poder e influencia de um grande clã, mas dificilmente se denominam como um clã e sim como um povo. O Povo Livre de Kobayakawa.
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Kobayakawa Odori, irmão leal de Kobayakawa que se tornou líder. Tomou o nome de seu irmão mais velho para sí e nomeou o clã de Kobayakawa. Após sua morte, foi sucedido por sua filha, Kobayakawa Yoshiko. |
Guerra Cívil Kobayakawa
Nos 60 anos de existência dos Kobayakawa, eles ainda são vistos, no mínimo, com reserva. Antes da guerra contra Shenzhou eles eram abertamente inferiorizados e hostilizados, sendo tratados pouco melhor que ronins.
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Bushi (guerreiro) Kobayakawa |
A guerra mudou este tratamento, no entanto, pois os Kobayakawa puderam mostrar seu valor destruindo o restante da marinha Shenzhou que estava no mar ou atracada em Ryuu Tazai e atacando o inimigo pelas praias, os flanqueando de maneira decisiva para os defensores vencerem. Hoje eles são tratados com um respeito modesto e relutante.
Mas a aceitação como um verdadeiro Grande Clã ainda não veio.
A líder atual dos Kobayakawa é Kobayakawa Yoshiko, filha de Kobayakawa Odori, um dos 3 irmãos sobreviventes de Kobayakawa. Para aumentar a influência e o respeito do clã, Yoshiko realizou algumas ações ousadas que escandalizaram muitos entre os Kobayakawa.
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Kobayakawa Yoshiko |
Primeiramente, ela permitiu que os Shiaki e Kamakiri voltassem a recrutar e treinarem pessoas entre o clã que eles achassem dignos de se tornarem samurais, efetivamente revivendo a casta samurai entre os Kobayakawa.
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Guarda da Tempestade Kobayakawa |
Finalmente decidiu criar uma nova linhagem samurai entre os próprios Kobayakawa, começando por ela mesma.
Obteve a benção do Imperador, Teikami Hitachi, pouco antes dele morrer para isso. E estimulou a todos da Guarda do Trovão e do Dojo Kobayakawa a fazerem o mesmo, muitos aderiram, criando a casta samurai entre os Kobayakawa.
Para Yoshiko e seus apoiadores, só há vantagens nessas decisões, pois adiquirem mais respeito e influência entre as tradicionais famílias e clãs de Ryuu-Tazai e, de quebra, conseguem manter a liberdade dos Kobayakawa.
Seu samurais respondem apenas aos Kobayakawa e ao povo, depois, ao império.
Isso deixou muitos senhores camponeses e grandes mercadores descontentes, e eles acabaram formando uma coalizão secreta com o objetivo de retornar às raízes dos Kobayakawa.
Quando estouraram os Conflitos de Sucessão, um grupo de mercadores e governadores poderosos dos Kobayakawa se uniram com a intenção de devolver os Kobayakawa às suas raízes, e como líder adotaram Kobayakawa Ikko, filha bastarda de Sasake, irmão de Kobayakawa e uma Kamejin dos mares.
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Kobayakawa Ikko |
Eles se autodenominaram Umihebitai, mas são chamados pelos Kobayakawa leais como Autocratas.
Graças a isso, os Umihebitai chamaram os leais a Yoshiko como Imperialistas.
Quando os Conflitos de Sucessão se iniciaram no império (graças à morte precoce de Teikami Hitgaiuchi e da pouca idade de Taikami Makoto). Os Kobayakawa Umihebitai declararam guerra ao Clã Hogo, um dos clãs marítimos que fazia questão de não comercializar com os Kobayakawa (e também o alvo considerado mais fácil, devido a política de pacifismo do Grande Clã).
Quando a guerra contra os hogo saiu do controle, os Imperialistas tomaram ação contra os Autocratas, mas eles estavam preparados. Começou a Guerra Civil Kobayakawa.