Havia uma época em que a humanidade estava no seu pináculo.
A terra era fértil e maravilhosa, as
cidades eram grandes, cheias de vida e maravilhas. Construções atingiam alturas
magníficas, inacreditáveis transportes levavam centenas de pessoas diariamente
por terra mar e ar, não haviam lutas, nem forme, nem monstros nem medo. As
pessoas não conheciam violência e sorriam e se cumprimentavam quando se
encontravam. Aí veio a tempestade. Os céus se tornaram puro fogo azul e
violeta. Deles, desceram raios de fogo, eletricidade e morte despedaçando
instantaneamente todas as grandes construções, torrando e pondo fogo a todo o
verde da terra, pulverizando as plantações e a terra que as proviam. As pessoas
morriam aos milhares, milhões. A maioria desapareceu do mundo instantaneamente,
muito seria se seus corpos tivessem virado pó, alguns ainda com seus sorrisos
de bom dia nos rostos, sem se dar conta que morreram, que nem pó deles sobrou.
Dessas pessoas, a única memória que sobrou delas são suas sombras impressas nos
escombros. Algumas, no entanto, estavam longe do pior e demoraram muito para
morrer. Seus corpos deformados, despedaçados, desmembrados, defumados e
desfigurados agonizavam por minutos que pareciam horas, ou por horas que
pareciam dias, ou por dias que pareciam anos, ou por anos que pareciam décadas,
ou por décadas que pareciam a eternidade antes de morrer, alguns destes
agonizam ainda hoje, vagando loucos sem rumo pelo apocalipse que se tornou o
mundo. Outros se entediaram de agonizar, e resolveram tentar retomar suas vidas
normais, ou algo parecido. Estes sobreviventes são vistos como horrores pelos
descendentes daqueles que não testemunharam o fim, e são chamados por nomes
feios, como monstros, horrores, zumbis, mutantes, aberrações. Eles não se veem
assim, e preferem apenas serem chamados de filhos. Filhos da Tempestade.
Sobreviventes diretos do cataclismo que pôs fim na Era
Áurea, os primeiros Filhos da Tempestade foram diretamente afetados pelos
efeitos negativos da Tempestade mas que sobreviveram, apesar de terem sofridos
terríveis deformidades e mutações que separaram eles de suas raças originais.
Não se sabe exatamente quanto tempo um Filho da Tempestade
pode viver, já que não se sabe de nenhum deles que tenha morrido de velhice,
além do fato deles não parecerem envelhecer (algo muito difícil de se notar,
graças ao aspecto grotesco deles).
Apesar dos filhos da Tempestade terem se originado de uma
tragédia eles são capazes de se reproduzirem entre si, se tiverem mantido sua
fertilidade (ou se possuírem os órgãos necessários para tal intactos) o
resultado é sempre um filho da Tempestade. Relações com outras raças resultam
quase sempre em um bebê natimorto e extremamente deformado, nas raríssimas
vezes que a cria sobrevive é também um filho da Tempestade.
Filhos da Tempestade são incompreendidos e temidos pelas
demais raças, nunca sendo bem vindos pela comunidade em geral, pois se acredita
(com certa razão) que eles trazem doenças consigo, e sua aparência repulsiva
não ajuda. Graças a isso, filhos da Tempestade tendem a ser solitários,
eremitas e nômades. Os filhos costumam morar em áreas evitadas pelas demais
raças ou que ninguém mais habita, como dentro ou nos arredores das antigas
ruínas do passado, pântanos estagnados, desertos e outros locais isolados.
Rumores abundam de cidades de Filhos da Tempestade, mas nenhum desses rumores
foi confirmado. Apesar do isolacionismo, Filhos da Tempestade possuem grande
vontade de viver como viviam antes, graças a isso, se esforçam para serem
aceitos numa comunidade, seja uma composta exclusivamente por párias ou seja
realizando pequenos feitos que beneficiam uma comunidade, na esperança de ser reconhecido
e aceito por ela.
Personalidade: Filhos
da Tempestade são extremamente anacrônicos, tentando viver ao máximo como
viviam antes de tudo acabar, incluindo conservando os maneirismos, gírias,
usando referências e nomes de localizações que não existem mais e vestindo as
mesmas roupas da época (às vezes literalmente usando as roupas que sobreviveram
da época). Outros, no entanto se adaptaram completamente a dura realidade,
vivendo se comportando e usando coisas que são uma mistura estranha e chocante
de várias épocas e culturas, mas que juntas melhor se adéquam a situação atual
do mundo.
Filhos da Tempestade são pragmáticos e desiludidos quanto a
religião não dando muita atenção para os caprichos divinos, muitos deles nem
acreditando neles como seres divinos e sim como entidades alienígenas
extremamente poderosas que nada tem haver com a vida em Erdéria. Entretanto,
aqueles que se mantêm agarrados ao passado conseguem encontrar explicações para
sua tragédia através da religião e continuam devotos (ou ainda mais devotos do
que eram).
Aparência Física:
Filhos da tempestade tendem a ser muito magros e ressecados, sua pele é seca e
irregular, muitas vezes lhe falta pele em partes do corpo ou no corpo inteiro.
A cor de um filho da tempestade é sempre doentia, variando do branco
cadavérico, passando pelo vermelho de carne viva, o cinza de carne podre e o verde
e amarelo doentio. Os corpos definhados dos Filhos da Tempestade fazem com que
eles sejam mais leves e mais baixos que um humano. Seus olhos também têm cores
incomuns, o branco leitoso, o amarelo ou o vermelho doentio e o negro são cores
possíveis, mas também podem possuir cores de olhos normais. Um Filho da
Tempestade com dentes brancos e olhos azuis causa um grande contraste com o
resto de sua aparência, mas isso não é incomum. Raramente um filho da
tempestade possui cabelo, mas aqueles que possuem o valorizam e o embelezam da
melhor maneira que podem. Pelos corporais e faciais também são raros e quando
surgem tendem a crescer em lugares errados, de forma desproporcional e
desagradável, geralmente acompanhados de caroços e verrugas.
Regiões Favorecidas:
Qualquer lugar de Aester.
Religiões Favorecidas: Qualquer.
Sub-raças
Filhos da tempestade foram resultado de uma mutação
"fortuita" proveniente do desastre que se abateu no mundo séculos
atrás, porém, algumas mutações foram ainda mais tortuosas e geraram raças ainda
mais estranhas, algumas delas descritas abaixo:
Vivos-Mortos
Filhos da tempestade receberam graves mutações físicas e
mentais, mas mantiveram sua consciência e capacidade de pensar, formular ideias
e julgar. Alguns, no entanto, perderam inclusive isso. Vivos-Mortos são
criaturas idênticas aos Filhos da Tempestade, mas que foram reduzidos a um
estado de loucura animalesca irreversível. Vivos-Mortos são predadores ferozes,
eles reconhecem que são semelhantes a outros humanoides e outros Filhos da
Tempestade, mas os atacam assim que os encontram, pois o veem como competição
territorial e uma fonte de alimentos.
Horrores da Tempestade
Alguns sobreviventes da tempestade receberam mutações
terríveis demais que o transformaram em humanoides monstruosos. Horrores da
Tempestade são criaturas que receberam deformidades ainda mais severas que os
trouxeram poderes físicos ou intelectuais, extraordinários, a custo de toda sua
sanidade e humanidade. Hoje, horrores se veem como seres completamente à parte
dos demais humanoides, enxergando-os apenas como vítimas, escravos ou
comida.
Aberrantes
Algumas vítimas da tempestade que sobreviveram se tornaram
verdadeiras monstruosidades deformadas. Alguns inclusive foram afetados tão
próximos uma da outra que se fundiram num único ser. Aberrantes são criaturas
que em nada lembram o humanoide (ou os humanoides) que já foram. Seu
comportamento é desprovido de qualquer sentido racionalmente concebível, tão
arruinada suas mentes ficaram pela tragédia e transformação.
Primogênitos
Os filhos da tempestade que foram criados pela tempestade e
estão vivos até hoje são conhecidos como Primogênitos. Em sua maioria, os
primogênitos são criaturas de grande poder, riqueza e conhecimento acumulados
que se isolaram por não mais se identificarem com os demais humanoides e seus
interesses e emoções mundanas.