Galei é um reino sofrido e dominado por piratas, bandidos, monstros e sobreviventes. Capitânia, no entanto, é mesmo uma joia sem paralelo, sendo a anfitriã do maior evento cultural de Aester, os jogos olímpicos. Também possui uma indústria avançada, produzindo maravilhas como armas de fogo, artilharia e relógios. Os mais avançados navios saem de seus estaleiros, poderosas armaduras, lâminas espetaculares, e tudo que é possível se fabricar com a tecnologia – e a tecnomancia – conhecida. A cultura da cidade também é algo a se invejar, a Escola de Menestréis de Galei é a mais famosa escola de bardos de Aester, o Coliseu Olímpico é o maior e mais belo estádio de Aester, a Escola dos Oficiais Bucaneiros e a Escola de Espadachins de Galei são as mais competentes universidades militares de Aester, as duas em Capitânia. A cidade ainda possui vários anfiteatros, arenas de corrida, museus, palácios, templos, uma escola arcana e praças fazendo dela a mais bela cidade de Aester, de longe.
A Joia da Devastação é uma cidade situada nos arredores e sobre o Monte dos Deuses, uma grande formação geológica, que os antigos Yperianos achavam ser a morada dos deuses na primeira vez que colocaram os pés em Aester. Este monte foi transformado, cortado e minerado até ser reduzido a um terço do que era. A cidade tendo se expandido em seu fantasma, deixando apenas alguns trechos da maravilhosa paisagem natural intacta.
Capitânia é uma cidade enorme, a sua população já ultrapassou a casa dos 2 milhões de habitantes em tempos mais prósperos, mas hoje possui o impressionante número de 853 mil habitantes,vindos das mais variadas culturas e raças de toda Aester e além. Graças a isso, a cidade é bastante plural, sendo possível se encontrar nela todo o tipo de arquitetura, de comidas, de línguas e de costumes. Os estrangeiros que vem para ficar na cidade acabam se juntando com seus semelhantes em distritos da cidade, onde sua cultura ou raça predominam, mas nem sempre é o caso, podendo se encontrar um bazar no estilo Hazadi logo ao lado de um típico Pub Eyre. A cidade possui quase 20 quilômetros de extensão, contando com sua área principal e seu interior agrícola e periferia, a cidade em sí, descontando fazendas e áreas abandonadas da periferia, possui 10 quilômetros de extensão. Tão extensa é a cidade, que se uma pessoa tentar cruzar a cidade de uma ponta a outra, sem parar para se maravilhar com a miríade arquitetônica da cidade, ou se encantar com os múltiplos mercados onde tudo se compra e tudo se vende, sem se confundir nas várias ruas, becos, vielas, cortiços e praças e ainda tendo a sorte de não perder tempo nestes lotados caminhos, ele demoraria pelo menos um dia para chegar na outra ponta.
Segurança e Ordem
É impossível se manter a ordem em uma cidade tão grande como Capitânia, apesar do contingente militar que protege e patrulha a cidade ser pelo menos duas vezes maior do que qualquer outra cidade em Aester, eles não dão contra da proteção de todos seus cidadãos. Considerando que essas forças só consideram como cidadãos a nobreza, ricos comerciantes que podem lhes pagar para frequentarem mais a localidade de seus comércios e casas, personalidades importantes e altos cidadãos, ou seja, cidadãos de ascendência Vitala legítima. O restante dos habitantes precisa lidar com seus problemas com seus próprios recursos, muitas vezes recorrendo a proteção de famílias armadas do Feudo Vermelho, aventureiros, mercenários ou milícias. Muitos cartéis de famílias criminosas, guildas de ladrões, milícias e mercenários prosperam em capitânia, apenas agravando o maior de todos os problemas na imensa cidade, que é a criminalidade.
O Ré Augusto II recentemente criou um sistema de caça e procura de criminosos na cidade, onde vários batalhões liderados por oficiais se espalham pela cidade em pontos denunciados por cidadãos onde a criminalidade é maior, espancando e prendendo todos aqueles que pareça suspeitos, e usando força letal contra aqueles que resistem. Sistema assim já foi feito por seus antecessores, com resultados no mínimo caóticos. Mas o sistema do Ré tem dado resultados mais positivos, pois o Ré usa informações obtidas por aventureiros contratados para promover as batidas.
O Pluralismo da Joia
Cidade de muitos sabores e muitas culturas, é possível se encontrar qualquer item de qualquer lugar de Erdéria à venda em Capitânia, desde que o comprador esteja disposto a procurar - e a pagar pelo que é pedido. O mesmo pode ser dito da comida e da arte. Os Galeivianos são um povo ávido pelo exótico, e é por isso que é fácil se encontrar tavernas e restaurantes especializados em comidas e bebidas dos mais variados locais do mundo, o paladar do Capitanês é requintado para o diferente. Bazares, atelieres e lojas vendendo objetos decorativos, tecidos, calçados e arte dos 8 cantos do mundo também são bastante populares e disputados entre os consumidores de maior poder aquisitivo da cidade. É muito fácil se perder nas inúmeras ofertas de entretenimento, sabores, objetos e paisagens disponíveis no Porto do Mundo, uma pessoa com moedas e disposição de ignorar a arenga de pedintes pode passar os melhores dias de sua vida em Capitânia.
Religião e Espiritualidade
Apesar da pluralidade cultural, a espiritualidade de Capitânia é bem restrita. O Galeiviano é um povo difícil de absorver novas formas de culto ou religião, mesmo com múltiplas culturas coexistindo na cidade, o culto a deuses não Asteriano é apenas de nicho na melhor das hipóteses e tratado como barbárie ou bruxaria pelos galeiviano típico.
Os deuses mais adorados na Cidade Ascendente são Heracles Olympus, Zeos Olympus, Polo e Hera, graças a sobrevivências quase inafetada do cultos a esses deuses do jeito que os antigos Yperianos faziam na mesma cidade antes de Vidigácio os expulsar. Outros deuses que se destacaram foram Bahamut, Galeneão, Ego, Yago e Revel devido a participação de seu clero nos acontecimentos que levaram a cidade a se reerguer e prosperar. Mas todos os deuses do panteão Asteriano são cultuados e reverenciados em Capitânia e, desde que não haja nenhum crime evidente por parte dos adoradores, nenhum culto aos deuses Asterianos sofrem restrições ou proibições.
O mesmo não se pode dizer a outras religiões que são ignoradas, ridicularizadas ou menosprezadas, apesar de não haver nenhuma hostilidade mais grave contra seus praticantes, que podem ter até seus locais de culto, desde que sejam escondidos às vistas do típico Galeiviano.
Industria e Tecnomancia
Por ser uma cidade industrial, capitânia sofre muito com a poluição, nuvens de fumaça e neblina costumam aparecer e cobrir as regiões mais baixas da cidade, trazendo doenças e acidentes. Os alto-cidadãos são na maioria inafetados por este problema, já que vivem nas partes mais altas da metropole. Tudo se fabrica em Capitânia, mas o que mais chama atenção são suas maravilhas tecnomantes, que assombram, fascinam e intrigam toda Aester. Galei não possui nenhuma escola ou universidade que ensine tecnomancia - a única universidade que ensina a verdadeira tecnomancia fica em Irine - apesar de sua escola arcana ser competente. Então como Capitânia consegue ter tantas maravilhas tecnomantes operacionais, perdendo apenas para a Universidade de Irine (com a diferença de que Capitânia mostra seus artefatos para quem quiser ver, enquanto Irine as esconde).
O truque está mais na criatividade e desenvoltura dos Galeivianos do que em conhecimento verdadeiro, Capitânia é a cidade com maior reaproveitamento de artefatos da Era Áurea, perdendo talvez apenas para a Universidade de Irine. Se não se sabe como concertar algo para funcionar como originalmente, se dá um jeito para se obter um resultado semelhante, com mecânica simples ou magia pura. Este resultado é fruto de uma classe de artesões quase exclusivos de Galei que se chamam Mecanomantes, pessoas com conhecimento mecânico e mágico suficiente para realizar “pequenos milagres” com o que eles têm disponíveis.
A tecnomancia também é bastante evidente na cidade, muitos dos distritos mais abastados são iluminados a gás, em particular o distrito real, que é iluminado por energia elétrica. Um auto-comboio ainda é operante ligando os lugares mais promissores da cidade. Os céus são atravessados pelos dirigíveis reais que patrulham a cidade dos céus, e por aeronaves semelhantes de nobres e comerciantes impossivelmente ricos que habitam a cidade.
Entre luxuosas charretes e carruagens dos ricos e poderosos, é possível se encontrar alguns auto-carros totalmente funcionais expelindo grossa fumaça branca por onde passam, mas os privilegiados donos destas relíquias sabem muito bem que devem ser bastante cuidadosos ao usarem suas máquinas, pois um concerto delas não é barato, isso se for possível realizá-lo! Aventureiros chegam a ser contratados para encontrar as peças necessárias, seja dentro ou fora da cidade.
Outras maravilhas tecnomantes operacionais na cidade são possíveis destacar guindastes, bombas, motores que movem fábricas e aquecem fornalhas em graus elevadíssimos,tratores, armamentos, pequenas curiosidades e utilitários e é claro, navios de guerra, mecânos e o único monotrem ainda operante conhecido em Erdéria, infelizmente não há muitos trilhos para que ele possa percorrer.
Apesar de todas essas maravilhas tecnomantes da cidade, a maioria da população conhece apenas as sinistras carcaças inúteis de centenas de artefatos tecnomantes de outrora, espalhados nas sarjetas da cidade, ou acumulados em ferros-velhos infestados de gangues, monstros ou ambos.
Capitânia é conhecida por vários apelidos. Pela elevação topográfica e de suas construções é conhecida como Cidade Ascendente, pela sua diversidade de culturas e povos a chama de Porto do Mundo, pelas suas maravilhas que destoam do restante de Aester chamam-na de Joia da Devastação.
Mas esta joia brilha apenas para poucos, um cidadão comum batalha todo o dia entre a criminalidade e as más condições de vida em busca da oportunidade que as atraíram para lá em primeiro lugar.
Ré Augusto II parece determinado a melhoras as condições de seus súditos, tanto na sua cidade quanto em toda Galei, mas os burocratas, acostumados com o status quo e mesmo os desacreditados cidadãos acostumados em viver às sombras das ofuscantes luzes a gás da cidade põem empecilhos ao seu soberano de conseguir alcançar seu sonho de ver uma Capitânia -e uma Galei- livre da corrupção, criminalidade e miséria.
Capitânia pode ser a joia de Aester, mas esta pedra preciosa não brilha com a mesma intensidade em todas suas faces.
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