Anões, Gigantes, Elfos, Gnomos, Trolls e Ogros viviam em
Erdéria e eles dividiam o mundo entre sí. Os humanos nada mais eram que grandes
macacos aparvalhados, com medo demais do mundo para se afastarem de suas
cavernas mais que alguns quilômetros.
Até que o deus Polo, com vontade de ter uma raça dominante em
Erdéria decidiu adotar os humanos como filhos. Mas logo ficou frustrado ao
notar como primitivos eles eram. O deus notou que os humanos precisavam de uma
centelha divina e logo pensou onde poderia encontrar uma centelha divina para dar
aos seus filhos.
Ele poderia dar a sua própria, mas isso implicaria que ele
ficaria fraco e, enquanto descansasse, seus filhos poderiam se desviar e se
tornar algo que ele não queria ou, pior ainda, ser destruído pela inveja de
outros deuses ou outras raças. Então resolveu tomar a centelha de outro deus.
Neste tempo, a noite era quase tão iluminada quanto o dia.
Pelo dia, Ráelo passa com sua carruagem flamejante pelo céu, iluminando dourado
toda Erdéria. Pela noite, Luna passeia pelo firmamento iluminando prateado todo
o firmamento. Noturnna, deusa da noite, sugeriu a Polo tomar o fogo de Luna
enquanto ela dormia, e foi isso que ele fez. Roubou o fogo de Luna e o mostrou
aos humanos.
Ao verem a centelha divina, os humanos ficaram cientes de sí
mesmos e não mais queriam viver como animais. Os bordeses também viram o fogo
de Luna, escondidos em seus arbustos, e por conta disso, também tomaram ciência
de sí mesmos.
Luna nunca mais brilhou como brilhava antes e Noturnna ficou
mais poderosa, mas os humanos prosperaram como raça.
Logo as demais raças se entusiasmaram com o novo irmão e
começaram a ensinar seus meios aos humanos.
Dos anões, os humanos aprenderam os segredos das pedras e
dos metais, a importância e a beleza das pedras preciosas e dos metais, das armas
e das armaduras e de tudo que se é possível fazer de útil com metal e pedra.
Dos elfos, os humanos aprenderam a utilizar a magia, a amar
e criar coisas de arte, do canto e da música, da cultura e o belo.
Dos gigantes, os humanos aprenderam a criar grandes castelos
e fortificações, aquedutos e pontes, prédios e naves. Tudo de útil na
construção e arquitetura.
Dos gnomos eles aprenderam a fina arte das pedras preciosas
e do convívio com a natureza, aprenderam a inventar coisas novas e transformar
coisas velhas.
Até os bordeses tinham o que ensinar, mostrando a importância
do mapeamento e da cartografia e da importância de viajar e explorar.
Muito tempo se passou assim, os humanos evoluíram como raça
e como sociedade. Criaram suas próprias coisas e erigiram seus próprios reinos
e culturas. Mas tudo que faziam não era exatamente original e o que eles faziam
de novo não impressionava as outras raças. Os humanos não tinham um papel
importante em Erdéria.
Isso mudou com a invenção humana de se unir a tecnologia com
a magia, nascia a Tecnomancia, ciência que faria dos homens a raça mais
poderosa da terra.
Antes da tecnomancia, a tecnologia e a magia andavam
separadas. Artefatos tecnológicos eram toscos e pesados. A maioria dependia de
elementos naturais, como a força de um rio ou dos ventos, ou energia animal.
Apesar de ser acessível a todos, não era algo que pudesse fazer maravilhas,
como a magia fazia.
Já a magia poderia fazer praticamente tudo, construir ou desconstruir realidades, mover montanhas, fazer voar ou respirar debaixo d’agua.
Mas a magia sempre foi selvagem e indomável. E aqueles que tinham o domínio sob
a magia, seja por herança de sangue, estudos arcanos, bênçãos divinas ou
qualquer outra coisa eram poucos e únicos. Magia nunca seria algo que todos
pudessem usar. Artefatos mágicos eram raros e poucas pessoas os possuíam, menos
ainda conseguiam cria-los e muito menos pessoas queriam se desfazer delas.
A tecnomancia combinou o fácil uso e acessibilidade da
tecnologia com o poder incrível da magia. Agora, qualquer um poderia voar ou
viajar debaixo d’agua através de dirigíveis e submarinos. Montanhas poderiam
ser movidas através de Mecânos e Tratorescavadeiras. Distâncias eram vencidas em
prazos curtíssimos de tempo com Ferrocomboios e Autocarros. Qualquer um poderia
dar vida com poderosos remédios, ou tirar vidas no apertar de um simples
gatilho.
Os elfos, em suas florestas, começaram a desaparecer. Sua
raça primitiva e selvagem não conseguindo mais acompanhar a velocidade e o
esplendor do mundo dos humanos está quase que totalmente extinta. A única prova
de sua existência são histórias de uns poucos elfos ainda vivendo nas florestas
e os elegantes Elfos Urbanos, evolução da raça élfica que se salvou graças ao
precioso sangue humano que correm em suas veias. As florestas são importantes
recursos para a continuidade da evolução humana, os elfos terão que se afastar
ou encontrar a extinção completa.
Os anões se retiraram para as profundezas da terra,
mesquinhamente escondendo as riquezas da terra para sí. Mas o brilho e glória
da humanidade alcançará os toscos redutos desta raça apática e usará seus
recursos para coisas mais uteis e mais importantes.
Os gigantes reclusos em suas montanhas nas extremidades do
mundo ainda se acham senhores. Mas a humanidade apagará sua arrogância e as
montanhas também serão propriedade do progresso e da civilização.
Os gnomos devem usar sua genialidade e criatividade para
alavancar o progresso da humanidade. Esta é a única forma deles conseguirem
evoluir. Devem abandonar seus sonhos tolos e suas invenções que não servem a
nenhum propósito.
Os bordeses se adaptaram bem a sociedade humana mas,
seus tamanhos diminutos e seu instinto de sobrevivência mais assemelha aos dos ratos que dos humanos e, por isso, são fadados a um papél secundário na mais brilhante fase do mundo.
Todas as raças devem aceitar e se adaptar ao domínio da
humanidade. Os humanos ficam mais do que felizes em aceita-los como filhos
adotivos. Caso contrário, serão deixados para trás.
Erdéria vive agora o futuro. Erdéria vive agora o esplendor
da Era Áurea, onde o mundo está aberto para o conhecimento e a conquista.
Erdéria pertence agora ao homem.
Adore a Áurea Erdéria, ou seja aniquilado.
Adore a Áurea Erdéria, ou seja aniquilado.
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