Erderia Originis:
Hanara
Efeso, a terra que tudo provê, suas pradarias possuem caça abundante, dos vinhedos se extrai o vinho, e das oliveiras as olivas. Mesmo o que na terra não dá, da terra se tira meios de se conseguir. Com o ouro e cobre que abundam nos riachos o morros de Efeso se conseguem ferramentas com os bárbaros do norte, armas e armaduras com os irmãos de Ypérus e especiarias, cerveja e seda com os adoradores de animais do leste. Para garantir que suas irmãs voltariam sãs e salvas de suas viagens, Hanara as acompanhava, 2 vezes por estação, em três estações as amazonas de Efeso comercializavam com os nortistas numa ilha chamada Lamara. Eles sempre chegavam primeiro, pois seus barcos eram mais velozes e a troca sempre era realizada de forma justa, 100 gramas de ouro por 10 arados, era esta a convenção.
Os frios e agradáveis ventos do final de Eolos sopravam a 100 braças da ilha de Lamara criando um clima auspicioso, mas a sensação não era de antecipação e sim de cautela, pois não se enchergava a vermelha bandeira nortista no horizonte, o que trouxe certo desconforto para as tripulantes da pequena embarcação de Efeso. O desconforto cresceu para assombro e desespero quando uma onda gigante, contínua e inexorável partia das margens da ilhota de encontro as amazonas. A imensa onda agigantava-se em relação ao barco, fazendo com que as tripulantes inutilmente tentassem manobrar para a segurança. Quando aconteceu a inevitável colisão, Hanara pode sentir que não era apenas o choque de toneladas de água contra madeira, algo duro como pedra vulcânica e resistente como ferro nortista havia se chocado ao barco estilhaçando-o em mil pedaços e ceifando a vida de metade de suas irmãs instantaneamente. Hanara chorava e se apiedava da morte prematura de tantas irmãs enquanto lutava para se agarrar aos destroços, mas seus lamentos se tornaram orações de agradecimento a Oceanus por morte tão misericordiosa, pois o que ela via emergir dos mares era um horror indescritível munidos de tentáculos e grandes olhos terríveis e selvagens, sua mera visão era o suficiente para arrancar a alma do corpo dos mais fracos de coração e Hanara gritou, gritou alto para que sua mente se mantivesse senil e seu corpo se se concentra em viver. Uma a uma a criatura ia agarrando suas irmãs e submergindo com elas, uma a uma elas desapareciam sendo substituídas por fantasmagóricas nuvens de sangue que se assomavam e coloriam o mar. Um dos tentáculos da besta atingiu uma irmã que estava ao lado de Hanara, a violência do movimento arremessou a jovem amazona para longe, que imediatamente caiu nos braços de Phoebe. Ao acordar, Hanara não pensava em mais nada do que aqueles horríveis olhos e aquela multitude de tantáculos, mas ela estava viva flutuando em cima de destroços em meio ao vasto território de Oceanus, quando um navio com uma bandeira negra se aproximou...
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